sexta-feira, 30 de maio de 2008

Memorial da Cultura Negra está abandonado em Alagoas

Museu foi inaugurado há apenas seis meses.
Responsáveis por Parque do Quilombo dos Palmares culpam burocracia.
Um Memorial da Cultura Negra, em Alagoas, já está abandonado apenas seis meses depois de ser inaugurado com festa e muitas promessas. Os responsáveis pelo Parque do Quilombo dos Palmares culpam a burocracia.

Em Serra da Barriga, a 80 quilômetros de Maceió, R$ 2 milhões foram investidos para criar no local o primeiro parque temático da cultura afro nas américas. O local onde ficava o núcleo do quilombo dos Palmares, foco de resistência contra a escravidão no Brasil colônia, já é ponto de peregrinação no mês de novembro, durante as comemorações da Consciência Negra.

Seis meses depois da inauguração, o memorial passa a maior parte do tempo vazio. Turistas raramente aparecem, e não é por acaso. Atá agora, nada do que foi planejado para manter uma visitação constante na Serra da Barriga começou a funcionar.

Restaurante, pavilhão de exposições, espaço para apresentações de dança e capoeira - tudo parado. Os equipamentos de som que dariam informações sobre a cultura afro em quatro idiomas já estão quebrados.

Esta semana, a Fundação Cultural Palmares, responsável pelo parque, regulamentou o funcionamento do memorial e criou um comitê para a administração. O presidente da fundação atribuiu a demora aos procedimentos exigidos pela lei.

"Nós temos que ter, primeiro, parecer técnico, depois, parecer da procuradoria jurídica. Posteriormente fazer a licitação pública. Posso assegurar, com absoluta certeza, que a partir do dia 1º de junho nós estaremos com o parque em plena atividade", disse Zulu Araújo, presidente da fundação.

segunda-feira, 26 de maio de 2008

Secretaria de Saúde divulga edital do processo seletivo para atender Hospital de Traumas e unidades da rede


Por Lívia Lessa/SMS


Processo Seletivo vai atender Hospital de Traumas e rede complementar de Saúde
A Secretaria de Saúde de Petrolina divulgou o edital do processo seletivo simplificado para contratar profissionais para a inauguração e funcionamento do Hospital de Urgências e Traumas – HUT, das Unidades de Pronto Atendimento em Saúde – UPAS, do Serviço Móvel de Urgências - SAMU, da Estratégia Saúde da Família e Complexo Regulador do Sistema Único de Saúde.

Serão abertas vagas cerca de 500 vagas: Clínica Médica/ UTI/ Urgência e Emergência (30 vagas), Médico Anestesista (20 vagas), Médico Cardiologista (02 vagas), Médico Cirurgião Geral (15 vagas), Médico Cirurgião Plástico (01 vaga), Médico Cirurgião Cardio Torácico (02 vagas), Médico Cirurgião Vascular (04 vagas), Medicina da Família (50 vagas), Médico Nefrologista (01 vaga), Médico Neurologista/Neurocirurgião (06 vagas), Médico Otorrinolaringologista (02 vagas), Médico Radiologia (02 vagas), Médico Regulador (12 vagas), Médico Traumato-Ortopedista (07 vagas), Médico Ultrassonografista (02 vagas), Médico Urologista (02 vagas); Assistente Social (06 vagas), Enfermeiro (60 vagas), Farmacêutico (06 vagas), Fisioterapeuta Especialista (04 vagas), Fisioterapeuta/Reabilitação (06 vagas), Fonoaudiólogo (06 vagas), Nutricionista (02 vagas), Psicólogo (02 vagas), Terapeuta Ocupacional (04 vagas), Técnico em Enfermagem (190 vagas), Técnico em Radiologia (04 vagas), Auxiliar de Administração (50 vagas) e Pregoeiro (01 vaga).

As inscrições estarão abertas no período de 28/05/2008 a partir das 8:00h até as 23:00h do dia 04/06/2008, através da internet no site: www.facape.br. A prova objetiva acontece no dia 15 de junho e será constituída de 20 questões objetivas sobre conhecimentos específicos do SUS e conhecimentos específicos de cada área. A partir do dia 30 de junho os candidatos classificados começam a ser convocados para entrevista e contratação através da Fundação Estatal Municipal de Saúde de Petrolina - FEMSAUDE.

A taxa de inscrição é R$50,00 para os cargos de nível superior e R$ 25,00 para o nível médio a ser pago através de boleto bancário emitido no ato da inscrição via internet. Os salários variam de R$ 415,00 a R$ 5.600,00, mais a remuneração dos plantões extras. O edital do processo seletivo simplificado está disponível nos sites www.petrolina.pe.gov.br ou www.facape.br.


FONTE: Prefeitura de Petrolina - PE.




quarta-feira, 21 de maio de 2008

Confira a Programação Oficial do São João de Petrolina aquí...

Petrolina localizada na região do Sub - médio São Francisco em Pernambuco, já vivencia os Festejos Juninos, nos Bairros da Cidade já é possível prestigiar ao som do mais altêntico forró pé-de-serra a tradicional festa que predomina na região Norte-Nordeste do País.

Nesse ano, a cidade está com o calendário de festividades alusivas a esta data, todo cheio de novidades, a exemplo do Festival de Vinhos que foi incorporado ás festividades, além das tradicionais festas da Jecana, Vaquejada e Corrida dos Namorados.

Confira abaixo e em primeira mão aquí no nosso Blog, a Programação oficial do São João em Petrolina que será lançado no dia 31 de Maio na Concha Acústica da Cidade ás 20:00 h, regado claro, com muito Forró e animação!!!


PROGRAMAÇÃO:

01 a 07 DE JUNHO
6º. FESTIVAL DO VINHO – OSWALDO MONTENEGRO / PEGA LEVE

07 e 08 DE JUNHO
37ª. JECANA DO BRASIL (NO POVOADO DO CAPIM )

13, 14 e 15 DE JUNHO
22ª. VAQUEJADA DE PETROLINA NO PARQUE GERALDO ESTRELA – AVIÕES DO FORRÓ / PEGA LEVE / CESAR ADRIANO

12 DE JUNHO
CORRIDA DOS NAMORADOS PELAS RUAS DA CIDADE

19 a 29 DE JUNHO
PÁTIO DO FORRÓ


19/06 – QUINTA-FEIRA
CALYPSO, TARGINO GONDIN E MATINGUEIROS

20/06 – SEXTA-FEIRA
DESEJO DE MENINA, RAIMUNDINHO DO ACORDEON E JEAN MOTTA

21/06 – SÁBADO
CACHORRA DA MOLESTA, IRAH CALDEIRA E CAVALO DE FOGO

22/06 – DOMINGO
FOGO DE MULHER, BONDE DO MALUCO E FORRÓ NA MARRA

23/06 – SEGUNDA-FEIRA
FELIPÃO- FORRÓ MORAL, CESAR ADRIANO E BREGA E VINHO

24/06 – TERÇA-FEIRA
SÉRGIO DO FORRÓ, CORDEL DO FOGO ENCANTADO, JOÃO BANDEIRA E FORRÓ PRESSÃO

25/06 – QUARTA-FEIRA
GATINHA MANHOSA, FLÁVIO LEANDRO E BANDA AMOR PROIBIDO

26/06 – QUINTA-FEIRA
PEGA LEVE, LEONARDO E TARCIO CARVALHO

27/06 – SEXTA-FEIRA
ZEZÉ DI CAMARGO & LUCIANO, CHACAL E CHIQUINHO DA PARAÍBA

28/06 - SÁBADO
MACIEL MELO, TAYRONE CIGANNO E MANOEL GERALDO

29/06- DOMINGO
FESTA DO VAQUEIRO - SÉRGIO DO FORRÓ, MANOEL DA PAIXÃO E SANFONA QUENTE

OUTROS EVENTOS:


01 DE JUNHO
BARCA DO FORRÓ

07 DE JUNHO
FORRÓ FOR ALL - ÀS 19h - PRAÇA DO COLISEU - EM FRENTE AO CCAA DE PETROLINA

29 DE JUNHO
FORRÓ DA ESPORA

DE 19 a 28 DE JUNHO
ESTAÇÃO DO FORRÓ – COM DIVERSOS SANFONEIROS

CONCURSO DE RUAS E PRAÇAS ORNAMENTADAS
DE 01 a 29 DE JUNHO – NOS BAIRROS

C0NCURSO DE SANFONEIROS
DIA 14 DE JUNHO NA CONCHA ACÚSTICA

PAU DE SEBO
DE 19 a 29 DE JUNHO – PÁTIO DO FORRÓ

CONCURSO DE CARROÇAS ORNAMENTADAS
23 DE JUNHO NA PRAÇA DOM MALAN

CONCURSO DE QUADRILHAS
DE 01 a 29 DE JUNHO – NOS BAIRROS DA CIDADE

QUADRILETRICAS – QUADRILHAS ELETRICAS
PUXADA DAS QUADRILHAS DE PETROLINA POR TRIO ELÉTRICO DO BAIRRO AREIA BRANCA ATÉ O PÁTIO DO FORRÓ



São João dos Bairros

PEDRA LINDA ............................................. 23 a 25/mai
JARDIM AMAZONAS ................................ 22 a 25/mai
VILA EDUARDO .......................................... 22 a 25/mai
QUATI I ....................................................... 23 a 25/mai
ANTONIO CASSIMIRO............................... 29 a 31/mai
MARIA AUXILIADORA ............................. 29/mai a 01/jun
DOM AVELAR ............................................. 29/mai a 01/jun
COSME E DAMIÃO ..................................... 29/mai a 01/jun
SÃO GONÇALO ........................................... 30/mai a 01/jun
TAPERA ....................................................... 30/mai a 01/jun
RIO CORRENTE .......................................... 04 a 08/jun
VILA EULÁLIA ............................................ 05 a 07/jun
HENRIQUE LEITE ........................................ 05 a 08/jun
AGROVILA MASSANGANO ....................... 07/jun
N-4 ............................................................... 06 a 08/jun
N-1................................................................ 06 a 08/jun
N-10 ............................................................ 06 a 08/jun
C-2 ............................................................... 06 a 08/jun
KM-2 ............................................................ 06 a 08/jun
C-3 ............................................................... 06 a 08/jun
CIDADE UNIVERSITÁRIA ......................... 07/jun
GRUPO COLIBRIS (COSME DAMIÃO) .... 07/jun
N-8 ............................................................... 08 a 10/jun
FERNANDO IDALINO .................................. 11 a 15/jun
LOTEAMENTO RECIFE ................................ 11 a 15/jun
PEDRO RAIMUNDO .................................... 11 a 15/jun
VOLTA DO RIACHO/BUENOS A. ............... 12/jun
JARDIM IMPERIAL .................................... 12 a 14/jun
ILHA DO MASSANGANO ............................ 13/jun
CAITITU ....................................................... 13 e 14/jun
PEDRINHAS ................................................. 13 e 14/jun
JOÃO DE DEUS ............................................ 13 a 15/jun
N-3 ................................................................ 13,14 e 15/jun
BAIXA FECHADA ........................................ 14 e 15/jun
GERCINO COELHO ...................................... 03 a 06/julho
AREIA BRANCA .......................................... 14 a 17/jun
CS1 ............................................................... 14 e 15/jun
ACOSAP ....................................................... 14 e 15/jun
Mª TEREZA .................................................. 19 a 21/jun
VALE DO GRANDE RIO ............................... 20 e 21/jun
QUATI II ...................................................... 20 e 22 / jun
PORTO DE PALHA ....................................... 21 e 22 / jun
CRUZ DE SALINAS ...................................... 22 e 23/jun
R. MUQUECA (A. BRANCA) ........................ 23/jun
NOVA DESCOBERTA .................................... 22 a 25/jun
N-7 ................................................................. 24 a 28/jun
BAIXA ALEGRE ............................................. 27/jun
VILA VITÓRIA .............................................. 27 e 28/jun
URUÁS ........................................................... 27 e 28/jun
N-5 .................................................................. 04 a 06/jul



sábado, 17 de maio de 2008

Saiba mais sobre a Lei que permite a qualificação de entidades como organizações sociais aprovada no último dia 14 de Maio de 2008 em Petrolina

Nos últimos dias, a cidade de Petrolina, vem passando por uma grande polêmica gerada em torno do Projeto de Lei colocado em Votação pelo Poder Executivo na cidade, o Projeto para quem não sabe, dispõe sobre a qualificação de entidades como Organizações Sociais no âmbito do município, que visa fazer parcerias futuras com outras instituições para melhorar os serviços para a população . Com essa Lei, serão beneficiados entre outro setores, a Saúde, possiblitando com isso, a vinda do Instituto Materno-Infantil de Pernambuco – IMIP para administrar o Hospital Dom Malan e transformá-lo numa unidade de referência na assistência à saúde da mulher e da criança no município, com atendimento 100% pelo Sistema Único de Saúde. Na ocasião da votação do Projeto de lei na Câmara de Vereadores de Petrolina - Plínio Amorim no dia 14 de maio, dos 13 Vereadores, estavão presentes na Câmara 12, sendo que, o Projeto foi aprovado por 8 votos contra 3.


No dia 17 de Maio, na Jornada Acadêmica promovido pelo IBPEX,o Palestrante e Ex-ministro da Saúde, Humberto Costa falou sobre Políticas de Saúde, em que, na sua fala, foi questionado por um até então, Estudante do Curso de Medicina da UNIVASF - Universidade Federal do Vale do São Francisco acerca do IMIP, seus pontos positivos e negativos em relação aos seus serviços.
Humberto foi bem claro na sua fala: "O IMIP é o único Instituto que conheço 100% SUS, já trabalhei no Instituto e conheço bem a sua qualidade, concerteza Petrolina ganhará muito com sua chegada e o Dom Malan terá muito mais qualidade nos seus serviços de Saúde."

Assim, fica a expectativa da população da Cidade e circuvizinha, já que não deve-se deixar de lembrar que o Hospital Dom Malan ao longo dos anos, só está sendo sobrecarregado pelos Pacientes advindos de outras cidades do Sertão pernambucano e até mesmo baiano, ocasionando com isso, uma inchação nos seus serviços e consequentemente, um mal atendimento.


Saiba mais sobre o IMIP...

->Fundado em 1960 por um grupo de médicos, liderados pelo seu idealizador Professor Fernando Figueira, o Instituto Materno Infantil Professor Fernando Figueira - IMIP é uma entidade não-governamental de direito privado, sem fins lucrativos, de utilidade pública, que atua nas áreas de assistência médico-social, ensino, pesquisa e extensão comunitária. Voltado para o atendimento da criança e da mulher carente, o IMIP é reconhecido como uma das mais importantes instituições do País.
Centro de referência em diversas especialidades na área de saúde, o IMIP é credenciado pelo Ministério da Saúde como Centro Nacional de Referência para Programas de Assistência Integral à Saúde da Mulher e da Criança, e também Centro Colaborador para o Desenvolvimento da Gestão e Assistência Hospitalar. Foi o primeiro hospital do Brasil a receber o título de "Hospital Amigo da Criança", concedido pela Organização Mundial de Saúde/UNICEF/Ministério da Saúde. Em agosto de 2004, foi um dos 18 primeiros hospitais do Brasil a receber a certificação de Hospital de Ensino, pelos Ministérios da Saúde e da Educação.
Para sua manutenção, o IMIP recebe recursos financeiros da prestação de serviços ao Sistema Único de Saúde (SUS), de convênios e intercâmbios técnico-científicos com entidades nacionais e internacionais e de doações captadas pela Fundação Alice Figueira de Apoio ao IMIP.


Foto: Josélia Maria.


quinta-feira, 15 de maio de 2008

1ª Noite Negra promovida pela UNEB - Campus Juazeiro – BA marcou o 13 de Maio.

No último 13 de maio aconteceu a 1ª Noite Negra da UNEB (Universidade Estadual da Bahia), evento voltado para promover a reflexão dos temas que envolvem a história e cultura afro-brasileira.
A UNEB tem promovido ações com o propósito de formar os/as novos(as) educadores(as) para o respeito da diversidade cultural presente na sala de aula.

O DCH - Departamento de Ciências Humas da UNEB - Campus Juazeiro - BA III, participa do programa AFROUNEB, desenvolvido em parceria com Diretoria Regional de Educação e Cultura (DIREC) e a Secretaria (Municipal) de Educação e Desenvolvimento Social de Juazeiro – BA.

No local (Quadra Esportiva do DCH III/UNEB) forma apresentados grupos de dança afro, grupo de capoeira, exibições de vídeos e palestras sobre o enfrentamento do racismo em nosso país.
A UNEGRO - Vale do São Francisco, esteve na ocasião presente no evento, em que marcou o dia 13 de Maio, dando um sentido não de comemoração a data, mas de reflexão acerca dos embates que envolvem a discussão acerca da temática Afro no Páis.


*Fotos: Nílmann Gomes

terça-feira, 13 de maio de 2008

Um câncer chamado Racismo *

Uma doença social que está impregnada na história do Brasil e que tem a cada dia uma nova vertente é denominada racismo.

Racismo é doença que existe em todos os países e uma das principais razões para as inúmeras guerras entre os seres humanos.


**Por Monoel Santos.



Por mais que se tente provar que somos todos iguais, e que todos concordem até, com esta premissa, o mundo continua a discriminar e desrespeitar os seres humanos por causa da sua etnia/raça.

No Brasil o racismo tem uma história ímpar, como todas as outras coisas aqui na terrinha.

O mais destacado é o racismo contra os negros brasileiros, embora o racismo esteja presente contra os índios, estas duas raças, que juntas com a raça branca (Europóide) constituem a miscigenação brasileira.

Só que esta miscigenação pacífica fica apenas nas mentes de alguns que gostam de sonhar acordado e de intelectuais que vivem em outro estado de realidade.

A mais recente intriga e que acirra ainda mais o racismo no Brasil é a questão das atitudes afirmativas ou ações afirmativas.

Uma destas ações que mais trazem dor na cabeça aos que buscam um Brasil unido e capaz é a questão das cotas raciais nas universidades.

Os que a defendem, eu estou incluso, imagina que é a única maneira de se tentar reparar as diferenças e que estas cotas só servirão como porta de passagem para uma nova realidade brasileira, se isto a sociedade realmente quiser que a miscigenação pacífica cantada pelos intelectuais se torne uma realidade.

De outro lado os que defendem que as cotas se insurgem contra esta pacífica convivência de raças no Brasil, usam principalmente o argumento que as cotas é que determinam o racismo e não o contrário.

Penso que estes, esquecem dos mais de 300 anos de escravidão do negro instituída e os outros tantos que vivemos a escravidão, que chamo de escravidão intelectual.

Nós estamos lutando para encontrar reparação social devida, pois somos descendestes dos que sofreram com tais perversidades. Perdemos não só a liberdade física, mas perdemos nossa história, nossos costumes, nossa língua, etc.

Esta perda cultural por causa da escravidão intelectual ainda se mostra firme e forte e assinada embaixo por seres da nossa sociedade que tem bastante notoriedade.

Ora, se as cotas são inconstitucionais, como diz inclusive um documento entregue recentemente ao supremo tribunal federal, é inconstitucional também que não tenhamos educação e saúde de qualidade e que sejamos 80 a 90% dos pobres do Brasil.

Somos iguais? Onde, Quando? Filosoficamente?

No dia-a-dia somos diferentes sim e é uma desfaçatez tamanha querer enfrentar este fato com filosofias imbecis.

Querem que o sistema de cotas não seja implantado e nem mesmo requerido, então lutem para que a verticalização carrasca das classes sociais no Brasil sejam totalmente na horizontal, ou quem sabe numa escada menos ingrime.

Não estou dizendo que os grupos que se insurge contra as cotas estão errados na sua ofensiva, mas querer desbancar nossos direitos com o argumento de que não existe racismo no Brasil que somos um Brasil mulato e por causa disto não há necessidades para cota, ai é querer tapar o sol com a peneira.

A discussão é válida quando cada lado tenta impor as suas idéias e conceitos através de provas e não quando uma das partes só tenta desmerecer o direito da outra de reivindicar os seus direitos.

Se, estamos errados com o pedido das cotas, estão errados eles no interesse que apenas fiquemos olhando o tempo passar enquanto o nosso povo sofre os desmazelos do tal racismo.

Em tempo: É bom que se entenda que sou contra o racismo de qualquer raça contra qualquer raça e que não existe somente racismo contra o negro no Brasil e que este sim é o racismo mais latente por causa da história que nossa raça tem neste Brasil.

Se, querem que esqueçamos tudo que ficou para trás e tudo que sofremos diariamente, então é pedir que sejamos coniventes com o sofrimento e a dor de todos nós.

“Assim não dá!” Como dizia o ex-presidente...

Creio que desta forma ainda veremos documentos imbecis como esta moção apresentada ao Superior Tribunal Federal (STF) e declarações bisonhas como a do senhor Antônio Dantas, coordenador do curso de medicina da UFBA.

E não adianta espernear, se não resolvermos esta pendenga no Brasil, este lugarzinho jamais será içado ao nível de país e quiçá, de nação.



* Comentário feito por Manoel Santos á Radio Record de Londres em Maio de 2008.



** Manoel Santos (Manossantto) é filiado ativo da UNEGRO – Petrolina – PE. É Poeta, Compositor, Radialista e atualmente exerce sua profissão na Rádio Tropical FM em Juazeiro – BA, além de fazer comentários a Rádio Record em Londres sobre temas diversos.



segunda-feira, 12 de maio de 2008

Dia 13 de Maio: positivo ou negativo?

* Por Edson França


A Abolição da Escravidão em solo brasileiro foi produto de vários fatores conjugados...
... do anacronismo do trabalho escravo, pois toda América já havia superado esse sistema, inclusive as colônias ainda existentes; das sucessivas pressões externas, especialmente dos países onde o capitalismo estava em estágio mais avançado como a Inglaterra; das novas forças produtivas iniciadas com a evolução do capitalismo no Brasil; do forte movimento abolicionista que em alguns momentos teve protagonismo da massa popular, militância de líderes populares comprometidos com a desmarginalização da pessoa escrava e negra como Luis Gama, André Rebouças, José do Patrocínio, Antonio Bento, embora o processo geral fora controlado pela elite política e econômica; das lutas iniciadas desde o momento que os africanos são trazidos ao Brasil como escravos e reagem a ignomínia do sistema através de variadas formas: morosidade na produção para encarecer - muitas vezes inviabilizar econômicamente - o trabalho escravo, fugas individuais e em grupos, formação de quilombos, saques e depredação de engenhos, greves e negociações até o limite do sistema, visto que o escravo nascido no Brasil sabia como “esticar a corda”, levante armardo e convulsões popular.

Em 13 de Maio de 1888 o Brasil desinstitucionaliza a escravidão, abolindo uma significativa massa de homens e mulheres negras de uma infame relação de trabalho e status social. A partir desse dia o trabalho escravo perde amparo legal, o apoio do Estado e seu uso é criminalizado. Inegavelmente a Lei Áurea foi um salto de qualidade na vida institucional brasileira e uma grande conquista popular na medida que foi vitoriosa a dura resistência e luta para o fim da escravidão. Ser ou não ser escravo é condição juridica diferente, pois um escravo é considerado um bem semovente. A humanidade superou uma grave deficiência legal e moral quando aboliu e criminalizou a escravidão. No Brasil durante muitos anos a popul
ação negra, através dos clubes, associações, entidades e jornais negros comemorou o 13 de Maio, ainda vemos profundas reminiscências dessa compreensão através dos nomes dos clubes negros tradicionais (Clube 13 de Maio, Clube José do Patrocínio, Clube Luis Gama, Clube 28 de Setembro, dentre outros) sediado em vários municípios do interior de estados brasileiros. A controvérsia relacionada ao 13 de Maio são os movimentos preparatórios para um novo projeto de nação empreendido pelo Estado e pela elite brasileira antes e depois da Lei Áurea e os resultados obtidos em benefício daqueles que detinham o poder político e econômico do Brasil. O processo abolicionista teve pequenas variáveis entre os países escravocratas, em geral as elites locais tiveram o controle do debate, optaram pela gradualidade do processo (leis como a do ventre livre, sexagenário), respeito a propriedade privada (a maioria dos países indenizaram os proprietários de escravos, no Brasil a indenização é indireta, dava através da compra de toda produção cafeeira pelo governo federal prática extinta na década de 30), preocupação com o alto contingente populacional negro (fim do tráfico negreiro, proibição da imigração africana, incentivo a imigração européia e uso de escravos em conflitos) e manutenção do poder nas mãos dos brancos e seus descendentes. Os setores dominantes do Brasil particularizam seu projeto abolicionista quando optam pelo branqueamento do país ao invés de obter uma maioria social branca, recrudescem o uso da violência e repressão contra a população descendente de escravos a fim de eliminá-la fisicamente (Balaiada, Canudos, Guerra do Paraguai); buscam a desafricanização do país através do degredo de africanos e/ou escravos libertos acusados ou suspeitos de crimes ou ato anti-social; impedem a posse da terra através da Lei da Terra, em 1854, junto dessa lei os quilombos conhecidos são dizimados pela Força Pública; substituem a mão de obra dos escravos, negros e dos brasileiros pela do camponês europeu atraídos ao Brasil - marginalizando aqueles que desde os primórdios da colonização na América Portuguesa trabalharam na terra. Nossa particularidade na passagem do trabalho escravo para o livre resultou em graves problemas sociais que perduram atualmente. A elite escravocrata brasileira se beneficiou pelo fato do Brasil ser o último país a romper com o escravismo, pois inspirada nas experiências abolicionistas que remontam ao século 18 - na Inglaterra, dos abolicionistas pioneiros Willian Wilberforce, Charles Fox e Lord Grenville - consegue conduzir o processo da forma que planejou: lento, gradual e seguro, além de obter parte importante dos resultados perseguidos mantendo-se sem riscos no poder. A subalternidade social e econômica da população negra e a profunda desigualdade entre ricos e pobres no Brasil não vem da abolição dos escravos. São heranças diretas da escravidão, da consertação política imediatamente anterior e após a Lei Áurea; do capitalismo dependente que se erigiu e atinge desproporcionalmente as populações marginalizadas, do subdesenvolvimento que marca a trajetória econômica brasileira, somados a sustentação do racismo sistêmico que assola a democracia e questiona a unidade do povo brasileiro. Essa herança nefasta pesa sobre o povo brasileiro que em grande parte se miscigenou, que sofre com a ganância de uma elite que detêm o poder político e econômico do país e o governa com sadismo, autoritarismo, egoísmo e de costas aos interesses nacionais, tal qual o senhor de engenho. Desse modo a democracia e a justiça social brasileira são maculadas pela pobreza que caminha muito próxima a riqueza; pela inobservância dos direitos fundamentais do ser humano pobre em maior grau do negro, ao lado da impunidade dos crimes praticados pelos ricos, intitulados “crimes do colarinho branco”; pelos latifúndios que expulsam famílias trabalhadoras do campo, reproduzindo os efeitos da Lei da Terra; pela inversão de prioridades que transformam o país em refém do capital especulativo prejudicando o desenvolvimento e a prosperidade do Brasil. Experiências como a Lei Áurea, embora carregadas de insuficiências, devem ser valorizadas. Sob pena de jogar fora a água suja (escravidão e abandono dos recém libertos) e a criança (abolição da escravatura). Cabe aos lutadores anti-racista, ressignificar o 13 de Maio evitando a apropriação dessa data pela elite demagoga e mentirosa. Um país com histórico antidemocrático, violento e que marginaliza sua população não-branca e pobre, não deve renunciar fatos positivos, ao contrário, deve incorporá-lo e ajustar as insuficiências que esses fatos apresentar. Quando negamos o valor positivo do 13 de Maio para a população negra e para população brasileira assumimos nossa incapacidade de produzir resultados positivos, mesmo quando coletivamente empreendemos uma luta.



*Edson França, É Coordenador Geral da Unegro, membro do Conselho Nacional de Políticas de Promoção da Igualdade Racial (CNPIR) e da coordenação da Conen-Coordenação Nacional de Entidades Negra


sábado, 10 de maio de 2008

Mãe



Mãe... São três letras apenas

As desse nome bendito:
Também o Céu tem três letras...
E nelas cabe o infinito.

Para louvar nossa mãe,
Todo o bem que se disse
Nunca há de ser tão grande
Como o bem que ela nos quer...

Palavra tão pequenina,
Bem sabem os lábios meus
Que és do tamanho do Céu
E apenas menor que Deus!
Autor: (Mário Quintana)

sexta-feira, 9 de maio de 2008

Festa da Lavadeira 2008

Há 21 anos surgiu na Praia do Paiva - Cabo de Santo Agostinho - PE a Festa da Lavadeira, iniciada com a chegada de uma escultura de lavadeira, denominada pelos moradores daquela Praia de “Mulher”, e sendo cultuada pelo moradores e visitantes daquele até então lugarejo.

Os moradores e visitantes, sempre levavam a escultura, presentes e oferendas, faziam promessas e agradecimentos, criando com isso, um caráter religioso, sendo a Lavadeira, um ancestral filho do orixá Iemanjá. Eis que surgiu-se assim, a festa da lavadeira, com o intuito de que todos os moradores e amigos fossem ao encontro da lavadeira.



*Por Geisa Gabrielle


Este ano de 2008, tradicionalmente, no dia 01 de Maio, ocorreu na praia de Itapuama em Cabo de Santo Agostinho uma das maiores celebrações da cultura do país, reunindo cerca de 50 mil pessoas e tendo como atrações mais de 51 atrações de todo o estado de Pernambuco (cerca de 14 municípios presentes), tendo inclusive, a apresentação do Samba de Veio da Ilha do Massangano , grupo de Petrolina, que na ocasião apresentou-se em um dos palcos arrancando dos que ali estavam muitos aplausos.

No espaço que foi realizado a Festa, apresentavam-se nos 4 palcos ali montados simultaneamente as atrações culturais, a cada passo, podia-se contemplar a cultura nordestina, em sua mais autentica forma: Côco, Afoxé, Maracatu, não importa o ritmo, a alegria tomou conta de participantes da festa, que como manda a tradição, é sempre abençoada pela chuva e garante o divertido banho de lama dos adébitos.que ali apresentavam.

A festa, já faz parte do calendário oficial de Eventos de Pernambuco, e eu, recomendo a todos participarem desta tão encantadora festa, lotada de muita cultura popular, fé, e alegria!

Ano que vem tem mais!!!

* Geisa Gabrielle é Graduada em Pedagogia pela Universidade de Pernambuco – UPE, Coordenadora Geral da UNEGRO – Petrolina e Membro da Coordenação de Formação e Comunicação Estadual da UNEGRO – PE.

Petrolina - PE já está em clima de São João


Vem chegando o mês da festividade mais tradicional e esperada sobre tudo na Região Norte-Nordeste do País. Na cidade de Petrolina-PE, não é diferente, nesse ano de 2008, já foi dado o pontapé inicial ás festividades que começaram desde o dia 30 de Abril.


* Por Geisa Gabrielle


Os bairros Cohab VI e José e Maria foram os primeiros a dar início ás comemorações alusivas a esta época. O São João em Petrolina , só deve acabar por volta do dia 29 de Junho c
om o São João oficial no pátio de Eventos da Cidade (ao lado do Centro de Convenções).


Além do Período Junino ser um período de grande diversão e celebração da nossa cultura, a época é propícia para a geração de renda!, isso mesmo, na cidade de petrolina, segundo o Secretário de de Desenvolvimento Estratégico, Cultura e Turísmo, Três a Quatro mil pessoas serão beneficiadas com a opotunidade de ter nessa época (em torno de 60 dias) entre o São João nos Bairros e o São João oficial no pátio de eventos da cidade um trabalho, ainda que por tempo limitado.

Petrolina esse ano, assim como nos anos anteriores, vem como atrações de renome regional e nacional a exemplo das bandas Chacal e Calypso, Sérgio do Forró, Raimundinho do Acordeon, Zezé di Camargo e Luciano, Leonardo e Targino Gondim.

Em Breve aquí no nosso Blog, você também confere a programação oficial do São joão no Pátio de Eventos de Petrolina, aguarde.


Quer conferir a Progração do São joão nos Bairros de Petrolina? Acesse: o Site da Prefeitura de Petrolina-PE


* Geisa Gabrielle é Graduada em Pedagogia pela Universidade de Pernambuco - UPE, Coordenadora Geral da UNEGRO em Petrolina - PE e Membro da Coordenação Estadual de Formação e Comunicação da UNEGRO - PE.

terça-feira, 6 de maio de 2008

Opinião: Quando a defesa de privilégios raciais une direita, centro e esquerda e sai na Globo

* Por Dennis de Oliveira [Segunda-Feira, 5 de Maio de 2008 às 11:34hs]

Você imaginaria uma manifestação pública que unisse intelectuais tucanos, jornalistas de extrema-esquerda, um articulista de extrema-direita, um músico que protagonizou um movimento de rebeldia estética, uma liderança política que se afirma marxista, lideranças empresariais? Uma manifestação que vai contra uma política que proporciona a inclusão de um segmento social historicamente excluído? Uma manifestação que elogia medidas recentemente tomadas na emergência do neoconservadorismo nos Estados Unidos? E tudo com ampla cobertura do Jornal Nacional? Pode acreditar que isto aconteceu. Foi o manifesto entregue no Supremo Tribunal Federal assinado por lideranças (?) e intelectuais (?) solicitando que a corte declare inconstitucional a adoção das cotas nas universidades com a alegação de que isto fere o tratamento igual, independente de raça, credo, etc. previsto na Constituição. O que une esta aliança tão ideologicamente heterogênea? Os seus membros não são vítimas do racismo que impera sobre a população negra. São pessoas que não sofreram e não sofrem com os mecanismos de exclusão racial e querem ditar como esta população negra deve lutar pelos seus direitos. Será que este mesmo grupo aceitaria que os povos de matriz africana também decidissem como os judeus deveriam ser reparados após o Holocausto nazista? Será que também é contra as políticas de ação afirmativa implantadas no final do século XIX e início do século XX que beneficiaram os imigrantes europeus (provavelmente muitos destes são descendentes destes imigrantes e beneficiários diretos destas políticas de ação afirmativa)?. A argumentação do manifesto é absurda. Parte do pressuposto de que políticas de ação afirmativa “racializam” a questão social, como se esta já não fosse racializada historicamente no país. A questão de que o problema da população negra é social e não racial não responde a seguinte pergunta: por que os negros são pobres? Porque o critério de ascensão social no país é racializado. Assim, não são as políticas de ação afirmativa que irão “racializar” as relações sociais, elas já são racializadas e ignorar isto é manter as assimetrias e desigualdade de oportunidades com marcas raciais no país. Outro argumento no manifesto é que as políticas racializadas são excludentes. Cita o apartheid e as classificações étnicas feitas na época da colonização. O argumento é matreiro: compara uma reivindicação voltada para superação das desigualdades raciais com medidas tomadas por poderes racistas para a manutenção e ampliação das hierarquias raciais. Tem um fundo cristão neste argumento. Pedem para que a população negra, diante da violência que sofre do sistema, aja como Jesus Cristo: diante do tapa recebido, ofereça outra face. Mas a lógica reacionária se mostra quando o texto do manifesto considera “um avanço” as declarações de inconstitucionalidade feitas pela Suprema Corte dos EUA das ações afirmativas naquele país. Não informam, os manifestantes, que esta ação da Suprema Corte ocorre dentro de um retrocesso conservador nos últimos anos nos EUA que tem como conseqüência o aprofundamento das desigualdades sociais naquele país, a concentração de renda e a emergência de uma extrema-direita cujas políticas são danosas para todos os povos. Não me surpreende que Reinaldo Azevedo defenda isto. Mas será que José Arbex, Ferreira Gullar, César Benjamin e outros endossam isto ou a paixão anti-cotas os faz aliar-se a idéias e pessoas conservadoras deste tipo? E, finalmente, qual é a alternativa apresentada pelos signatários? Esperar uma melhora no ensino público para que as condições sejam iguais? Talvez ignorem os estudos feitos pelo economista Ricardo Henriques, do Ipea(Instituto de Pesquisas Econômicas Aplicadas) de que a manutenção do atual grau de evolução dos indicadores sociais da população negra fará o conjunto deste segmento social atingir o atual estágio em que se encontra a população branca em 32 ANOS!!! Traduzindo: se a população branca ficasse parada nos atuais indicadores sociais e a população negra continuasse o ritmo atual de melhoria das suas condições sociais, em 32 ANOS TERÍAMOS A PRETENSA EQÜIDADE SOCIAL!!! Seria interessante estes intelectuais irem pedir à população negra para que aguardem uns 30 anos para conseguir a sua cidadania (só 30 anos, isto não é nada!). O debate anti-racista no Brasil incomoda pelo seguinte motivo: combater o racismo implica, necessariamente, em redistribuir riquezas e isto significa perda de privilégios para alguns. Enquanto o combate ao racismo fica no aspecto etéreo, sem foco, como mera denúncia, a solidariedade é enorme. Não é politicamente correto assumir-se como racista, principalmente para quem se diz “intelectual” e “de esquerda”. Mas incomoda – e muito – quando o movimento negro supera a fase da denúncia e passa a exigir a eqüidade num país em que o bem estar é um privilégio e a socialização dele implica em perder privilégios. Em casos como este, fronteiras ideológicas se esvaem e esta aliança – que parece impossível de acontecer – não soa tanto estranha. E muitas figuras que, pelas suas posições político-ideológicas jamais teriam visibilidade na Globo, tiveram seus minutos de fama no Jornal Nacional.
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* Dennis de Oliveira é professor da Escola de Comunicações e Artes da USP, jornalista e doutor em Ciências da Comunicação pela ECA/USP, presidente do Celacc e membro do Núcleo de Estudos Interdisciplinares do Negro Brasileiro (Neinb/USP).

FONTE:

http://www.revistaforum.com.br/sitefinal/NoticiasIntegra.asp?id_artigo=2806


segunda-feira, 5 de maio de 2008

Negro vive menos que branco no Recife - PE

Por Sarah Fernandes, do Pnud


Em 2006, o total de mortes de negros com até 59 anos foi três vezes maior que o número de óbitos de brancos na capital pernambucanaO número de mortes de pretos e pardos com idade até 59 anos no Recife foi mais do que o triplo do total de óbitos registrados entre brancos, índios e amarelos no ano de 2006. A informação está no Quadro Epidemiológico de Mortalidade por Raça/Cor no Recife, levantamento sobre índices de mortalidade focado na questão racial.. O estudo, promovido pela secretaria de saúde do município, indica 3.174 mortes de negros contra 929 de não-negros nessa faixa etária.A morte de negros representa 77,4% dos óbitos, proporção maior do que os 53,22% da população que se autodenominaram de cor preta ou parda no Censo de 2000. Os números foram extraídos das declarações de óbito que traziam o quesito raça/cor preenchido (97,8% do total).Em relação às crianças com idade até nove anos, foram registradas 310 mortes de negros contra 111 de não-negros, quase o triplo. A maior diferença, no entanto, ficou com os adolescentes entre 10 e 19 anos: foram 278 óbitos de negros para 32 de não-negros (mais de oito vezes). Já entre os adultos, os dados apontam 1.118 mortes de negros para 170 de não-negros (mais de seis vezes) no grupo de pessoas entre 20 e 39 anos e 1.468 óbitos de negros contra 616 de não-negros para a população entre 40 e 59 anos. No grupo dos idosos, com 60 anos ou mais, o quadro se inverte: foram 2.833 mortes de negros para 2.860 de não-negros, em 2006."Somente entre os idosos que essa proporção foi ligeiramente superior em não-negros. Ou seja: os negros morrem mais cedo que os não-negros. Salienta-se a ocorrência em adolescentes e adultos jovens de 8,7 e 6,6 óbitos em negros para 1 óbito em não-negro, respectivamente" , afirma o estudo."A faixa etária mais vulnerável é a entre 10 e 19 anos. Uma das explicações é que eles compõem o grupo dos mais vulneráveis à violência", avalia a coordenadora do levantamento, Sony Santos. Homicídio foi o fator que mais vitimou negros de Recife em 2006, atingindo 959 pessoas da etnia contra 59 não-negras. "A taxa de mortalidade por homicídio chegou a ser 18,7 vezes superior na raça/cor negra", aponta a pesquisa.Os óbitos causados por câncer de colo de útero, tuberculose e Aids também foram mais freqüentes na população negra do que na não-negra. Ao todo, 2,5 mulheres negras morreram vítimas de câncer de colo de útero para cada não-negra. Nos casos de Aids e tuberculose foram 3,3 e 3,2 óbitos em negros para um óbito não-negro, respectivamente, segundo o relatório. "São doenças mais comuns na população pobre, que tem mais dificuldade de acesso a informações e serviços", diz Sony. "Esse quadro pode sugerir que haja racismo institucional no atendimento da saúde da população negra", avalia.Com a intenção de combater a discriminação nos serviços públicos a prefeitura de Recife aderiu ao PCRI (Programa de Combate ao Racismo Institucional) , que é apoiado pelo PNUD. No setor de saúde o programa viabilizou a elaboração do levantamento sobre índices de mortalidade e natalidade segundo raça/cor, divulgado em novembro de 2007, e ofereceu três cursos para 300 servidores públicos para evitar discriminação no atendimento e para incluir o quesito raça/cor nos prontuários médicos.
FONTE: (Envolverde/ Pnud)